Um ano atrás, Landon Jones parou de comer. Durante a noite, o apetite do menino de 12 anos de idade desapareceu sem aviso prévio, horas depois de ter devorado uma pizza e uma taça de sorvete. Ao acordar na manhã do dia 14 de outubro de 2013, Landon já havia perdido todo o senso de fome e sede.
A trilha sonora da vida cotidiana na família Jones é um mantra persistente que os pais Michael e Debbie entoam para seu filho.
Dê uma mordida.
Coma isto.
Mais uma mordida.
Tome esta bebida.
Mais um gole.
Dê uma mordida.
Coma isto.
O jovem, uma vez energético, amava sair de casa em sua bicicleta para brincar no parque com seus amigos e irmão. Hoje, ele vive estático, pouco se move e pouco fala. Ele sofre de tonturas quase 24 horas por dia. Hoje, os pais de Landon estão em seu juízo final, desesperados por ajuda para descobrirem o que diabos seu filho tem de errado. A busca do casal por um diagnóstico levou a família a cinco cidades diferentes nos EUA.
O pediatra local, em Waterloo, Iowa, prescreveu antibióticos – mas Landon ainda não come e nem bebe sozinho. Debbie e Michael levaram seu filho para Rochester, em Minnesota, onde especialistas renomados mundialmente analisaram o caso de Landon. Mas a busca frustrante tem, até agora, encontrado zero respostas.
No ano passado, Landon perdeu muito peso, despencando de 47kg a apenas 28kg, depois que ele começou a perder cerca de meio quilo por semana no último outono. Todos os membros da família Jones se esforçaram para que o rapaz se “apaixonasse” novamente por comidas e bebidas, mas nada adianta. O menino raramente come mais do que um pedaço de um sanduíche no almoço e algumas batatas fritas.
Especialistas da Clínica Mayo, em Rochester, dizem acreditar que Landon possa ser o primeiro caso deste tipo no mundo. Enquanto seu irmão mais novo Bryce, de 9 anos, vai à escola e volta com energia para brincar o resto do dia inteiro com o cachorro da família, o letárgico Landon prefere deitar-se no sofá.
No ano passado, ele perdeu 65 dias de escola. E seus pais dizem que ele já não corre há meses, e é forçado a assistir os colegas do lado de fora das brincadeiras e esportes.
O próximo passo, dizem, é inserir um tubo de alimentação para ajudar a nutrir Landon diretamente através de seu estômago. Michael diz acreditar que a doença de seu filho está ligada ao hipotálamo no cérebro de Landon, com mau funcionamento. Do tamanho de uma ervilha achatada, essa região do cérebro regula a fome e a sede, bem como ciclos de temperatura corporal, de pressão arterial e do sono.
Outra possível causa da doença de Landon é o tratamento que ele recebeu há três anos para crises de ausência. O garoto, então com nove anos de idade, sentava-se e olhava para longe, alheio ao mundo ao seu redor. Médicos prescreveram o remédio Depakote, comumente usado para tratar tais crises, por um ano.
O médico da família já questionou se há uma ligação entre a droga e a supressão do apetite de Landon. Mas ele também disse que a droga é normalmente associada ao aumento da fome e ganho de peso.
O menino chora às vezes. “Eu não estou com fome, pai. Nem com sede”, diz Landon, com muita frequência. Ele ainda tem paladar e olfato, mas simplesmente perdeu o prazer e o impulso de comer e beber.
“Nós nos sentimos como se estivéssemos vendo nosso filho se deteriorando bem na nossa frente”, disse Michael. “Alguma coisa aconteceu no meio da noite”, disse Michael, “e ele acordou desta maneira, e ele não parou.”
De acordo com a mãe Debbie, tudo o que o menino quer fazer é se sentir como um garoto normal. “Ele quer uma vida normal de volta. Ele está ciente do que está ocorrendo, e está assustado. Nós ainda não conseguimos ajuda. Estamos desesperados”, disse ela.
A história do menino que quase não come